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Transcontinental na briga pela liderança em São Paulo

transcontinental fm

A letra irreverente da canção “Rock enredo”, hit dos anos 70, brincava com um dos gêneros mais populares de nossa música, insinuando que o mesmo estava perdendo terreno para o rock ´n roll. “Andam dizendo por aí que o samba vai acabar…/E o negócio é rock…”, sentenciava o refrão. Alguns anos depois, com uma letra mais poética, Nelson Sargento profetizou que o samba viveria para sempre em “Agoniza”, mas não morre. “Alguém sempre te socorre”, dizia um dos versos da canção.

Mais de cem anos após o surgimento desta incontestável paixão nacional, os fãs do gênero podem ficar tranquilos. O samba certamente não vai morrer, como também cantou Caetano, em “Desde que o samba é samba”, de 1993. E o “negócio” há muito tempo já não é mais o rock, embora o sertanejo tenha preenchido este espaço com larga vantagem em relação a qualquer outro estilo. Porém, entre aqueles que “sempre socorrem” o samba, estão as FMs que dedicam boa parte da programação ao gênero. Na Grande São Paulo, por exemplo, ninguém desempenha esse papel com mais força que a Transcontinental FM (104,7 MHz).

Fundada em 1981, a emissora sediada em Mogi das Cruzes, a 60 quilômetros da capital paulista, alcançou a liderança de audiência no FM paulistano pela primeira vez em 1993. Desde então, como se fala no futebol, vem sempre brigando na ponta da tabela. “Estamos há 25 anos nos mantendo entre as três rádios mais ouvidas, com raras exceções nesse período, sempre lutando pela liderança”, orgulha-se Cid Luiz de Souza, mais conhecido no meio como Cidinho, dono e diretor artístico da rádio.

Ocupando atualmente a vice-liderança no ranking geral – atrás apenas da Band FM -, a emissora atinge municípios do litoral paulista e Vale do Paraíba, além de toda a região metropolitana de São Paulo. Na capital, é melhor ouvida nas zonas Norte e Leste mas, segundo Cidinho, a audiência é significativa em todos os bairros de São Paulo. Além de espalhada, esta audiência traz um perfil linear. “Embora mais masculino e concentrado nos jovens de 20 a 39 anos, nosso público é a família toda. De garotos e garotas de 10 a 14 anos até ouvintes com mais de 50”, diz ele.

Cidinho reconhece que a adoração dos ouvintes pelo samba é importante para a enorme audiência obtida pela emissora. Porém, pondera que outros gêneros também contribuem para a qualidade da grade musical da Trans. “Um dos nossos programas de maior sucesso não toca samba. É o ‘Black Songs’, aos sábados e domingos, com o melhor da Black Music nacional e internacional. Comandado pelo DJ Luciano Rocha, é uma espécie de termômetro do que está rolando na noite paulista”, conta.

Há espaço ainda para hits românticos nacionais e internacionais (no ‘Cantinho Romântico’, de segunda a sexta), além de muito funk no ‘Pancadão da Trans’ (sábados e domingos). Representantes do reggae, rap e pop também tem vez, com direito até a presença no programa diário ‘As Mais Pedidas’. Durante o mês de setembro, por exemplo, não foram poucas as vezes que “Bilhete 2.0”, do rapper Rashid, e “Ouvi dizer”, do trio pop Melim, estiveram na parada. É claro, no entanto, que nomes como Ferrugem, Dilsinho, Sorriso Maroto, Thiaguinho, Mumuzinho, Raça Negra e Péricles, entre outros, acabam tocando ainda com mais frequência.

Ferrugem: destaque nas paradas da emissora

Ferrugem: destaque nas paradas da emissora

ÍDOLOS E FÃS

Um dos grandes méritos da emissora é o de aproximar público e ídolos. Esse contato maior é visto (e ouvido) em atrações como o ‘Batukada Boa’, sempre às terças, com o cantor Diogo Nogueira recebendo convidados para um roda de samba, acompanhada de perto pelos ouvintes, e o ‘Transconexão’, que leva grandes artistas para apresentações ao vivo em bairros da periferia. “Essa interação é muito importante para o nosso público. E um dos nossos diferenciais”, revela Cidinho. A emissora também produz o ‘Acústico Transcontinental’, sempre com algum nome que esteja “estourado” na programação. Além de ouvido pelos 104.7 MHz da emissora, o show também é transmitido ao vivo nas redes sociais.

Com essa ligação forte da rádio junto aos ouvintes, somada a inúmeros programas tradicionais, com audiência consolidada há muitos anos, casos do humorístico ‘Café com Bobagem’ e do próprio ‘As Mais Pedidas’, não é de se estranhar que o sonho maior de Cidinho e sua equipe seja alcançar a liderança do Ibope. “Mais do que um sonho, é um objetivo. Temos um dos maiores tempos de audição do FM. Ou seja, nossos ouvintes ficam mais tempo sintonizados nos 104,7 do que por exemplo os ouvintes da Band permanecem por lá. Subimos recentemente do terceiro para o segundo lugar. E a liderança é uma questão de tempo”, acredita.

Por: Thomaz Rafael

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