As pessoas que já passaram dos 45 anos, com certeza se lembram de Silvio Brito nos tempos do ‘Qual é a música?’, antológico programa de Silvio Santos, que foi líder de audiência aos domingos no final da década de 1970 e início dos anos 1980. Bom de ouvido e de cultura musical, Silvio ficou meses participando da atração, derrotando colegas de profissão e defendendo o troféu de vencedor. Esse público se lembra ainda do artista liderando as paradas de sucesso nos anos 70, com músicas como “Espelho mágico”, “Pare o mundo que eu quero descer”, “Casinha” e “Tá todo mundo louco”. Naqueles “anos de chumbo” e de viagens alucinógenas, Silvio misturava canções de protesto a criações psicodélicas e baladas românticas, muitas vezes de temática rural, com arranjos da folk music.
Ao contrário de outros ídolos daquelas décadas, Silvio Brito não botou o pé no freio. Manteve-se ativo e criativo, compondo e apresentando-se em todo país com sua banda. Não perdeu a verve contestadora, como se viu em 2010, quando lançou no período eleitoral o hino “Chega”, cuja mensagem propõe um “basta” aos desmandos dos governantes – algo que, infelizmente, ainda se vê nos dias atuais. Nos últimos anos, retomou a carreira de apresentador de TV (inciada nos anos 80). Seu programa semanal ‘Silvio Brito em família’, exibido aos sábados à noite pela Rede Vida, está entre as maiores audiência da emissora.
Em 45 anos de carreira, Silvio Brito lançou mais de 30 álbuns, compôs centenas de músicas, algumas delas com parceiros famosos – como Fabio Jr., Paulo Coelho e Moacyr Franco –, fez shows no Brasil e até no exterior. Desde julho último, ele promove seu mais novo single, a belíssima e rural “Nossa casa”. Composta por ele, em parceria com a esposa Margarida e José Wilson, a música enaltece os sentimentos de uma relação de amizade. “Acredito que no mundo de hoje ainda podemos e devemos falar de coisas boas – do que é bonito e do que é simples. É possível falar de alegria e de solidariedade, mesmo quando vemos tantas tragédias na mídia”, explica o artista sobre a música cuja letra diz “A nossa casa é um pedaço do céu / Aqui na terra um favo de mel / Amigos que entram, que saem a todo momento / Mas sempre trazendo e levando só bons sentimentos”.
Com boa execução nas emissoras de rádio, a música faz parte do repertório do show “Pare o mundo que eu quero descer – Nos anos dourados, o sonho não acabou”, com o qual ele vem se apresentando pelo país. Além do novo single e da faixa que inspirou o título do show, Silvio apresenta outros sucessos de sua discografia – como “Espelho mágico”, “Casinha”, “Tô vendendo grilo” e “Nos becos da vida”. O artista destaca ainda no show o que chama de ‘volta ao mundo’, quando interpreta grandes hits em vários idiomas – inglês, francês, italiano, espanhol e até árabe. “Além disso, a apresentação tem releituras de Caetano Veloso (“Alegria alegria”), Roberto Carlos (“Quero que vá tudo pro inferno”), Roy Orbison (“Pretty woman”), Freddie Mercury (“Love of my life”), Charles Aznavour (“La bohème”), Lulu Santos (“Como uma onda”) e Rolling Stones (“I can’t get no / Satisfaction”), entre outros”, continua.
NA TV E NO RÁDIO
Na TV, o artista há sete anos comanda o programa ‘Silvio Brito em família’, ao lado da esposa e das filhas Clarissa e Marysol. Na atração, ele conta histórias, recebe amigos para relembrar bons momentos e cantar com eles, sempre em clima de alto astral. Artistas de diferentes gêneros musicais, como Chico César, Frank Aguiar, Raul de Souza, Targino Gondim, Kiko Zambianchi, Joelma e Roberta Campos já participaram do programa. Além da TV, Silvio está no rádio. Há cinco anos, comanda, aos domingos (às 18 horas), na Capital AM o ‘Silvio Brito show’, programa no qual interage com o público (que envia mensagens através das redes sociais) e toca sucessos nacionais e internacionais.
Silvio afirma que nos últimos anos, por conta dos programas de rádio e TV e de um maior envolvimento no ambiente digital, vem observando um importante crescimento na base de fãs mais jovens – aqueles que não puderam acompanhar, por exemplo, o fenômeno que ele foi nos tempos do “Qual é a música?”. Em breve, este público certamente crescerá ainda mais, quando o artista lançar no mercado o documentário que atualmente prepara sobre sua importante história na indústria da música e do show business.