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Zélia participa da série “Ponte Aérea: Portugal – Brasil”

zelia duncan 5 julho
A websérie “Ponte Aérea: Portugal – Brasil”, patrocinada pela União Brasileira de Compositores (UBC) e Sociedade Portuguesa de Autores, entra na décima semana de programação. A série, que vem promovendo encontros virtuais entre artistas brasileiros e artistas portugueses para conversas sobre carreira e a conexão cultural entre os dois países, contará com dois episódios inéditos nos próximos dias. Os convidados da jornalista e apresentadora do canal Papo de Música Fabiane Pereira serão Rui Veloso, Zélia Duncan e Camané. Com início em agosto, o programa já recebeu nomes como Carminho, Ney Matogrosso e Antònio Zambujo, Nelson Motta e Cuca Roseta, Mayra Andrade, Russo Passapusso e Capucua, Duda Beat e Pongo, Fafá de Belém e Teresa Salgueiro, entre outros.

A primeira entrevista da semana será nesta terça-feira, às 12 horas, com o cantor e compositor Rui Veloso (abaixo), considerado o pai do rock português. Natural de Lisboa, onde nasceu em 1957, Rui Veloso iniciou na música aos seis anos de idade, tocando harmónica. Teve paixão desde sempre pelo blues. Foi influenciado por nomes como Eric Clapton, Bob Dylan, B. B. King e Muddy Waters. A música brasileira também foi uma grande referência.
“Desde sempre tive uma queda natural pela música negra. A música brasileira também foi uma grande influência na minha misturada de músicas. Gente como Tom Jobim e tantos outros. Djavan, que eu amo, Gil, Caetano… muitos. Também tem Noel Rosa, Cartola, Pixinguinha, não tem fim! Eu conheci o Tom Jobim, jantei uma noite com ele e foi uma das coisas mais incríveis. Já cantei com Erasmo Carlos…”, relembra o cantor.
rui veloso
Para Rui, sucesso e fama são coisas diferentes. Na conversa com Fabiane Pereira ele comentou: “Eu separo sucesso e fama. O sucesso é na profissão, isso é bom. Eu não tenho sucesso porque sou famoso. Eu sou famoso porque tenho sucesso. Porque eu fiz um trabalho. Tem muita gente hoje que tem sucesso porque é famosa e normalmente ninguém sabe porquê. A fama tira mais do que dá”.
Na quinta-feira, dia 7 de outubro, às 19 horas, a entrevista será em dupla. Participam do programa a cantora e compositora Zélia Duncan e o reconhecido fadista português Camané, eleito pela crítica especializada como a voz mais representativa da nova geração do fado. Camané e Zélia ainda não se conheceram pessoalmente, mas participaram de um projeto online em 2020, quando fizeram um dueto musical.

Quando abordados sobre o surgimento do interesse pelo país vizinho, Zélia falou da grande paixão que sempre teve pela língua portuguesa: “Eu sou uma pessoa que antes de qualquer coisa ama as palavras, a língua. Então minha paixão por Portugal já começou daí. Eu venho de uma família que sempre cultuou muito a poesia, a leitura, sempre cultuou a língua portuguesa, que é a nossa também. A gente tem uma língua brasileira, que vai para caminhos que são muito nossos, mas obviamente a nossa espinha e uma parte enorme do nosso coração vem dessa língua, desse povo”.

camamé portugal
Camané (acima) falou da relação intensa que os portugueses têm desde cedo com a cultura brasileira, muito por conta das novelas, que são transmitidas no país: “Meu interesse pelo Brasil começou muito cedo, porque em Portugal havia uma relação muito forte com a telenovelas brasileiras, então a partir daí começamos a ouvir a música brasileira. Em 81 ou 82 eu fui ver um concerto da Maria Bethânia no Coliseu. Antes disso ainda eu vi o Secos e Molhados. Depois foi o Caetano, o Chico, Gal, e comecei a me apaixonar cada vez mais pela música brasileira”.

Sobre as semelhanças e diferenças entre as músicas brasileira e portuguesa, os artistas têm opiniões que se complementam. Para Zélia, ambas têm a mesma raiz, mas a luz de cada país aponta para outros lugares. “O bandolim é filho da guitarra portuguesa, só aí você já tem uma sonoridade que vai lembrar. Aí você tem a melancolia do Fado, que obviamente invade a música brasileira. Junto com isso a gente tem o grande bem para nós que a presença negra na música brasileira, misturado com o Fado e com dores profundas, isso deu muita consistência e muita riqueza para a música brasileira Eu por exemplo já gravei o Fado tropical. Essa mistura é muito bonita”. Camané aponta que o fado e a música brasileira podem até ter características que são semelhantes, mas perceber as diferenças é que é o mais fantástico.
As transmissões dos episódios da websérie são apresentados às terças-feiras exclusivamente no canal ‘Papo de Música’. Já os programas das quintas-feiras são transmitidos simultaneamente no Papo de Música e no canal de YouTube da UBC.

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