O vídeo, disponível no YouTube, foi produzido pelo Filmdesign e Academia de Filmes, com direção e roteiro de Ana Julia Travia e Cesar Gananian. “A partir da letra politizada, optamos por um caminho mais poético e místico. A Ana Julia encontrou no afrofuturismo, um conceito que dialogava muito com a minha pesquisa ótica”, conta Cesar. O clipe foi gravado no litoral norte de São Paulo e nos estúdios da Academia de Filmes. As imagens trazem Elza em um cenário futurista e um grupo dançando na praia, coreografados pela Corpórea – Companhia de Corpos. “O resultado foi um encontro de potências. Por um lado, convidamos uma equipe super jovem que teve o seu lugar de fala respeitado no processo criativo do vídeo. Por outro, Elza, que desde as primeiras conversas, desejava inspirar as pessoas com imagens que trouxessem energia e esperança em tempos de desamor”, diz Ana Julia.
Sobre sua visão pessoal do clipe, Elza explicou: “ele valoriza a liberdade de fala nesse momento de dor, de angústia, de incerteza, quando ninguém sabe nada. Eu peço a união, o amor, a delicadeza, a gentileza. Eu peço paz para todos os seres humanos. É isso que eu digo: o meu país é o meu lugar de fala, eu não quero ficar muda, entendeu? Vamos ficar num momento de amor, muito amor, e de muita alegria. Olha nossa juventude chegando aí, querendo gritar, querendo falar. Olha nossas mulheres lutando, brigando, querendo seu lugar de apoio, de fala, de liberdade. É como eu peço naquela música: ‘me deixem cantar até o fim’. Me deixem falar até o fim, eu e todos. É isso que eu quero, muito amor, muita paz. É não dormir angustiada e acordar apavorada. É isso que eu peço, pra mim e pra todos. É isso que eu quero mostrar nesse clipe”, finaliza a artista.