O registro de nascimento do colombiano Juan Luis Londoño Arias, 23 anos, nada tem a ver com o nome artístico que conquistou a América Latina, incluindo os EUA, além de outros mercados. Maluma é uma junção de sílabas dos nomes dos pais (Marlli e Luis) e da irmã (Manuela) do cantor e compositor. Carismático e fazendo como poucos a linha latin lover, o jovem nascido em Medellin dedicou-se ao esporte até os 17 anos – jogando futebol nas categorias de base de times como Atlético Nacional –, ainda que sempre mantendo proximidade com a música. “Na adolescência, quando via algum amigo triste porque tinha terminado o namoro, me punha a fazer músicas ou poesias e lhes entregava, para que tentassem recuperar a amada”, lembra.
Maluma é o cara do momento. Seus clipes registram mais de seis bilhões de visualizações no YouTube e nas redes sociais, somados Facebook, Instagram e Twitter, ele alcançou mais de 53 milhões de seguidores. Quer mais: além de lotar arenas em países como Colômbia, Argentina, Equador, Chile e México, Maluma conquistou o público norte-americano. Sua primeira tour no país, realizada no início do ano e que passou por cidades como Los Angeles, Phoenix, Boston, Las Vegas, Atlanta, Miami, Dallas e Chicago, foi um êxito total – 16 shows, todos sold out. Parcerias com ídolos latinos como Elvis Crespo, Thalia, Ricky Martin e Shakira, além do grupo pop Fifthy Harmony, contribuíram para que a carreira de Maluma crescesse de forma meteórica para além da Colômbia.
Por aqui, ele lançou em julho do ano passado com Anitta a dançante e sensual Sim ou não, que se transformou no passaporte para a conquista do mercado brasileiro. O clipe bateu 224 milhões de views e fez com que seus fãs se multiplicassem de norte a sul. Em abril último, Maluma esteve no Brasil participando de quatro shows de Anitta – no Rio e em São Paulo – e pôde sentir o prestigio de que desfruta. O colombiano arrebatou o público do nosso país, como fizeram em outras épocas ídolos hispânicos como Julio Iglesias, Ricky Martin e Alejandro Sanz. No dia 2 de julho, ele foi uma das atrações da edição de Goiânia do Villa Mix Festival, apresentando-se para 60 mil pessoas. “Sempre me disseram que o Brasil era um mercado difícil para quem canta em espanhol, mas eu me impus esse desafio e, com a ajuda da Anitta, as portas se abriram pra mim”, diz ele.
APOIO DA SONY
Embora o artista esteja sendo trabalhado em todos os países latinos – além de outros mercados –, Paulo Junqueiro, presidente da Sony Music Brasil, reconhece que a gravação de Sim ou não foi fundamental para a explosão do seu nome no Brasil. “Maluma já era um nome que estava no nosso radar e o dueto com Anitta só veio confirmar seu enorme potencial. Além de Sim ou não, já estávamos há algum tempo investindo na entrada da música latina no Brasil. Em paralelo, Maluma também despontava por conta da gravação de Chantaje, com Shakira, que foi um hit mundial (incluindo o Brasil). A partir daí começamos a trabalhar o artista, com foco no digital, e hoje ele é uma realidade que cresce a cada dia”.
Sobre o êxito do colombiano, prioridade da Sony em vários mercados, Junqueiro avalia o que vem ocorrendo com sua carreira. “O sucesso é sempre uma combinação de fatores, mas acredito que sempre nasce de uma grande canção e de um grande artista. Esse é o ‘segredo’. Com isso identificado, entram a gravadora, o escritório e todo o entorno do artista para levar o talento dele até o público da forma mais rápida e eficiente”, afirma o executivo. “Há três anos, quando a música La temperatura (primeiro hit de Maluma) estourou em vários países, já fruto do trabalho intenso da Sony, o cantor tornou-se uma prioridade em toda a região e passou a ser trabalhado a partir do nosso escritório de Miami”.
Maluma planejava gravar uma versão em português para Felices los 4, seu atual hit, para promovê-lo no Brasil, mas depois desistiu. “A música Felices los 4 vai ser trabalhada por aqui no idioma espanhol. Além do Brasil viver um grande momento no que se refere-se à aceitação dos ritmos latinos, também acreditamos na força da versão original e do artista. Achamos que é o momento certo de ir para as rádios e parceiros digitais com ele cantando em espanhol”, afirma o presidente da Sony Brasil, que pretende trazer o cantor ao país mais vezes neste ano para ações promocionais, que deverão ser casadas com a realização de shows.
