Em março de 2015, o Restart anunciou, por meio de sua página oficial no Facebook, o encerramento de suas atividades. Desde então, cada integrante segue seu caminho. Pe Lu e Koba passaram a atuar como produtores, Thomas realizou parcerias musicais com outros artistas e Pe Lanza, vocalista e líder do grupo, lançou-se em carreira solo. Este último, inclusive, foi quem viu a carreira sofrer mais mudanças. E, apesar das críticas iniciais por parte dos fãs do quarteto, o cantor conseguiu mostrar que aquele menino que vestia roupas coloridas e cantava para adolescentes cresceu. E está mais do que pronto para trilhar novos caminhos.
Após o fim da banda, Pe Lanza conheceu diversos compositores e se aproximou de Heitor Gomes. “Ele me convidou para uma parceria. Gravamos juntos “Drive”, do Incubus. Foi um momento muito importante para mim, porque descobri um outro lado meu. E aí, quando algumas pessoas que não gostavam do Restart começaram a me olhar com outros olhos, a curtir o meu som, descobri que uma carreira solo poderia dar certo”, explica o cantor que, em setembro de 2015, lançou um EP com três faixas. “Tudo ainda era muito novo para mim. Tínhamos a ideia de lançar um disco completo, mas decidi fazer um EP pra sentir o público, já que com esse lance de streaming as novidades são consumidas muito rápido”, conta.
E as novidades foram muitas. Engana-se quem pensa que Pe Lanza continuaria em sua zona de conforto. Nessa nova fase, ele adotou um visual mais sóbrio, optando por tirar o colorido de seu guarda-roupa. O som também mudou, ficando mais maduro e com mais personalidade. “Eu fiz 23 anos, ainda tenho muito que aprender e amadurecer. Mas sinto que nos últimos meses cresci bastante. Quando criei esse projeto, percebi que tinha que quebrar aquele paradigma que tinha com o Restart e conseguir novos públicos. Foi um processo natural, sabe? Aposentar aquelas roupas”, explica. Ao se desprender da imagem adolescente do grupo, ele também conseguiu atingir uma galera mais velha e ter liberdade maior na hora de compor. “Foi um desafio que veio a calhar. Toda a dinâmica mudou: eu não tive com quem dividir as ideias, mas também, se eu fracassasse, o erro seria só meu. Por isso, agora digo que sou o dono do meu destino”, comemora.
O primeiro single do projeto, “Fica Mais Um Pouco”, estreou em agosto no YouTube. Meses depois, já com mais de 500 mil visualizações na plataforma, a faixa continua destacando-se nas rádios e em paradas de clipes na TV. Enquanto isso, nos palcos, Pe Lanza enfrenta mais uma guinada. Agora, ele toca em casas noturnas e bares, com foco no público mais adulto. “Eu nunca tinha feito um show onde menores de 18 anos não pudessem entrar. Foi uma experiência incrível. E, analisando esse meu momento, tudo que eu quero é que as pessoas prestem atenção nas letras, nas canções, e não só nesse lance de identidade visual. É um show para adultos, não para crianças”, diz ele, cuja carreira vem sendo administrada pela Art Mix em parceria com a Maynard Music.
TRABALHO EXPERIMENTAL
A ideia por trás desta nova fase de Pe Lanza é totalmente experimental – não foram atribuídos temas ou rótulos para o disco. “É um trabalho pop, claro. Mas em “Quando A Saudade Apertar”, por exemplo, eu uso várias referências do reggae. Ainda estou descobrindo o meu som”, conta. Exatamente por isso, o cantor revela que dessa vez quer fazer tudo com calma. “Não quero fazer muitos planos. Lancei o EP, que foi muito bem recebido pelo público, e estou fazendo os meus shows. Não sei o que quero do futuro”. Se tudo der certo, mais músicas inéditas serão lançadas até o final de 2016. Mas enquanto isso, o artista luta para conseguir o seu lugar no mercado. “Estou buscando o meu espaço. Hoje eu sei o que quero, onde quero chegar. Estou seguro, e isso é algo muito bom”, finaliza.