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Presidente da Warner Music em entrevista exclusiva

sergio affonso

Sergio Affonso, presidente da Warner Music Brasil

Por opção própria, a Warner Music Brasil tem trabalhado nos últimos anos apenas com artistas com os quais possa se envolver em todos os aspectos. Prioritariamente, só fecha contratos se puder trabalhar no formato 360º, participando das decisões de tudo que diga respeito à carreira do artista, obviamente sendo remunerada por isso. “Sem essa cláusula tudo seria quase impossível”, diz Sergio Affonso, presidente da unidade brasileira da companhia. Outra característica da empresa é trabalhar com artistas jovens, que se envolvem na carreira em todos os seus aspectos e que estão familiarizados com o ambiente digital – hoje imprescindível para promover novidades artísticas e fidelizar fãs. Em 2017, a empresa fechou o ano com 30 nomes no cast, alguns bastante conhecidos como Anitta, Ludmilla, Guimê e Tiê e outros em ascensão, casos de Paula Mattos, Iza e Mar Aberto.

Adepto da máxima “o artista precisa cantar sua verdade” (“mesmo que ela seja diametralmente oposta à minha”), Affonso e sua equipe conseguiram em 2017 muito mais do que elevar Anitta à condição de principal artista brasileira no cenário internacional. “Neste caso, na verdade, o mérito é todo dela. Procuramos apoiá-la em todas suas ideias e objetivos, o que nem sempre é fácil, já que Anitta vive sempre muito adiante de todos nós”, elogia. Na entrevista a seguir, Affonso faz um balanço do ano que terminou, fala não apenas de Anitta mas de outros nomes do cast da Warner Music, da divisão gospel recém-aberta e da parceria com os selos paulistanos de funk RW Produtora e Play Produtora.

Show Business + SUCESSO! – Faça um balanço do ano de 2017 para a Warner Music Brasil. Quais foram os principais cases de sucesso da companhia no ano que terminou?
Sergio Affonso – Foi um ano importantíssimo para nossa área artística pois, se por um lado Anitta, hoje consolidada como um dos nomes mais importantes no Brasil, iniciou seus planos de carreira internacional obtendo notáveis resultados em vários países, por outro Ludmilla vai encerrando os trabalhos do álbum A danada sou eu com chave de ouro, com a música Tipo crazy (parceria com o rapper norte- americano Jeremy), e começa os preparativos para o lançamento do primeiro DVD de carreira. Destaco ainda que o multi-talentoso e genial Falcão, o nome mais importante do pop/rock/reggae/ragga nacionais, sairá com projeto solo pela companhia em 2018 (a banda O Rappa tem shows agendados até fevereiro e a partir de então entrará em recesso por tempo indeterminado).

O ano também foi importante na revelação de novos talentos…
Sim. 2017 foi extremamente feliz em relação a revelação de novos talentos, que impressionam pela qualidade e potencial. A dupla UM44K, hoje no top 20 dos charts digitais, faz uma música única no país – o chamado R&B –, numa mistura singular, e isto num cenário dominado por sertanejo, funk e rap. Também lançamos uma artista que vem arrebatando a tudo e a todos: IZA, com um dueto raro e incrível com o Falcão, do O Rappa, na música Pesadão (hit nas plataformas de vídeos e de áudio como Spotify). IZA encanta pela voz, inteligência e raríssima beleza!. Também em 2017 assinamos com os dois mais importantes selos independentes de São Paulo, que dominam a cena funk paulistana: RW Produtora e Play Produtora. Com esse acordo trouxemos para nosso convívio artistas como Mc Fioti, Mc Lan, MC Mirella, MCCL, oriundos da RW, e nomes como MC WM (este com cinco músicas no top 200 do Spotify), Mc Léléto, MC Jhowzinho e Kadinho (hoje número dois dessa mesma lista), vindos da Play/Start Produções.

2017 também foi marcante para nomes do cast como Mar Aberto, Michael Band, Dodo & Dee, Carol Csan e Class A…
Todos são grandes talentos! Seria impossível sintetizar tudo numa entrevista! Alguns mais avançados nos seus resultados, como é o caso do Class A e Mar Aberto (o vídeo da faixa Se fosse tão fácil fechou o ano com mais de 12 milhões de views); outros são talentos que estão lançando suas carreiras. Todos brilhantes, pois se não fossem assim não estariam com a gente!

Fale sobre o crescimento fenomenal da Anitta em nível internacional. Em que medida a Warner é responsável pelo êxito que a cantora está tendo fora do Brasil?
Anitta é única! Pensa em tudo, dirige tudo, tudo vê! Tem uma talentosíssima equipe à sua volta, à qual procuramos apoiar em tudo que for possível. Para mim já é uma das páginas mais importantes de tudo que vivi nos meus tantos anos de indústria discográfica. Procuramos apoiá-la em todas suas ideias e objetivos, o que nem sempre é fácil, já que ela vive sempre muito adiante de todos nós.

Uma vez que Anitta está sendo prioridade da companhia no exterior, existe possibilidade de ela vir a gravar em 2018 parceria com algum meganome da Warner, como Ed Sheeran, Kilye Minogue, David Guetta ou Bruno Mars?
Anitta é o ouro que todos querem hoje em dia! Nomes com J Balvin e Maluma – revelados no Brasil através de duetos com ela – e Alesso, Sean Paul, David Guetta, para citar alguns, vêm trabalhando em idéias a serem realizadas com nossa menina.

A propósito, a Rodamoinho, escritório da Anitta, está agenciando a carreira do Micael, que faz parte do cast da Warner. O que a gravadora prepara para ele para 2018?
Como dito há pouco, muitas parcerias virão! Sobre a Rodamoinho, é mais uma iniciativa da Anitta, que recebemos com muito otimismo. Micael, que já era contratado de nossa empresa (atualmente, está promovendo a música A noite toda), é a primeira aposta artística dela. E a Anitta não costuma falhar.

Vocês criaram recentemente a divisão de música gospel. Como esta área vem se desenvolvendo? Ela lançará apenas artistas evangélicos ou também nomes católicos?
Temos duas parcerias. A primeira com um dos gênios de nossa música, o produtor, cantor e compositor Michael Sullivan – também evangélico – através da qual já lançamos Anayle Sullivan e vamos em breve lançar mais três artistas (um deles, a dupla André e Felipe). Estamos também finalizando uma parceria para um canal católico,que em breve será anunciada.

Embora a Warner tenha um cast numeroso, há poucas opções de sertanejo, gênero muito forte no Brasil. Fale a respeito.
Esse é um gênero extremamente difícil e competitivo. Hoje temos Paula Mattos, que vem se consolidando, e o Higor Rocha que, não tenho dúvidas, será um grande sucesso – graças a músicas como a bela Deslizes.

Há dois anos, entrevistei você, que dizia acreditar muito na explosão de Tiê. Ela cresceu de fato, mas parece que somente agora está em seu melhor momento, inclusive com um álbum com participações especiais e música na novela das 9 da Globo. Acha que 2018 deve mesmo ser o ano da vida profissional de Tiê?
O novo álbum da Tiê, Gaya, lançado em outubro, é uma preciosidade (o disco tem faixas lançadas ao longo do ano, como Mexeu comigo e Amuleto, que entrou na trilha da novela O outro lado do paraíso, da Globo). Tiê é como um vinho de alta qualidade: a cada ano se supera!

Com quantos modelos de contrato a Warner trabalha?
Damos absoluta preferência para contratos artísticos nos quais nos envolvemos em todos os aspectos. Somos uma companhia moderna mas que não quer deixar de lado a crença em nosso trabalho e no sonho de que, através desse trabalho, ajudamos nossos artistas e nossa música.

Como funciona na Warner esta questão bastante comum no mercado brasileiro em que as gravadoras ficam com determinadas datas de seus contratados em troca de investimentos em promoção, MKT e A&R?
Temos, com todos nossos artistas, contratos que incluem o chamado 360°. Sem essa cláusula tudo seria quase impossível.

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