Antes mesmo do início dos primeiros ensaios para a gravação do DVD Dudu Braga e RC na veia, o baterista e líder do grupo, Dudu Braga, já quebrava a cabeça para escolher a afortunada canção que ganharia a participação de seu pai, Roberto Carlos, no registro ao vivo. Chegou a sugerir ao “Paizão” – como ele quase sempre se refere ao Rei – a bonita Flores do jardim da nossa casa. “É uma música especial pra nós, feita num momento bem difícil pra família, diante do diagnóstico do meu problema visual. Só que ele vetou na mesma hora. Disse que a canção era triste e que não combinaria em nada com o clima da gravação”, lembra Dudu. Como quase sempre, o feeling artístico do “Paizão” estava certo.
Desde a pré-produção do projeto até os últimos instantes da gravação, realizada em outubro na Natura Musical, em São Paulo, os quatro integrantes do grupo viveram um clima de intensa alegria. A empolgação de todos contagiou, nitidamente, o próprio Roberto, que subiu ao palco duas vezes. Na primeira delas, cantou Se você pensa, clássico que acabou entrando no lugar da faixa sugerida por Dudu; na segunda, ao lado de todos os convidados da noite, levantou o público presente com É preciso saber viver.
A trajetória do RC na Veia teve início cerca de três anos antes desta noite histórica. À época, Dudu realizava uma palestra sobre inclusão social, chamada É preciso saber viver. E sempre a finalizava com a versão dos Titãs para o citado clássico. Até que um dia resolveu chamar o amigo e vocalista Alex Capella, com quem formava uma banda cover de clássicos do rock, para tocar a canção ao vivo no final de uma dessas palestras. “Fizemos essa e mais três músicas do repertório do ‘Paizão’ e a reação do público foi tão legal que, daquele dia em diante, passamos a tocar em todas as apresentações”, conta. Daí pra formar a banda foi um pulinho. Os músicos Fernando Miyata (guitarra) e Juninho Chrispim (baixo) se juntaram aos dois amigos e o primeiro show aconteceu em julho de 2014, no Na Mata Café, em São Paulo. Desde então, a banda tem viajado pelo Brasil, tocando sempre um repertório exclusivo de hits do Rei em versões roqueiras.
Repertório que não sofreu muitas alterações para a gravação do primeiro DVD do quarteto. “Separamos as sete músicas que faziam parte da palestra e que já entravam nos shows. Cheguei a apresentar algumas canções que os outros integrantes não conheciam e cada um de nós ‘filtrava’ as preferidas. Chegamos a descartar algumas mesmo depois de criar novos arranjos. Foi o caso de Quero que vá tudo pro inferno, que ficou muito funkeada. Aliás, de um jeito que eu adoro, mas que fugia bastante da proposta do projeto”, conta o baterista.
Entre as eleitas, destaque para Eu sou terrível, É proibido fumar, Splish splash, As curvas da estrada de Santos (com participação de Toni Garrido), Esse cara sou eu (cantada por Digão, vocalista do Raimundos), Além do horizonte (com guitarra de Andreas Kisser, do Sepultura) e Não vou ficar (com Kisser e o vocal de Rogério Flausino). Os quatro convidados, que aliás se mostraram muito entrosados com a banda e até com o Rei, não foram escolhidos por acaso, segundo Dudu: “Sou muito fã de todos eles. São grandes artistas que ajudaram a compor a trilha sonora dos últimos 20 anos da minha vida”, revela.
PRODUTO SONY MUSIC
Com produção de Rafael Ramos, o DVD deve ser lançado em fevereiro, com 16 faixas, pela Sony Music. No embalo do lançamento, o quarteto cairá na estrada, com uma nova turnê. “Em alguns shows especiais, vamos tentar levar os convidados que participaram da gravação. Em outros, dependendo da estrutura do local, talvez tenhamos essas participações gravadas, em telões. Sempre com a preocupação de não onerar muito o contratante. Nossa meta é viajar e tocar bastante em 2018”, explica Dudu.
Os espetáculos do projeto RC na Veia são comercializados desde 2017 pelo escritório Olho Vivo Produções, de José Renato Mello, que empresaria a banda ao lado de João Carlos Ribeiro (Joca) – ambos também assinam a direção executiva do DVD. Segundo eles, dois shows oficiais de lançamento serão realizados neste início de ano, em São Paulo e no Rio. “Depois, rodaremos as outras capitais. A ideia é também se apresentar em festas de prefeituras, além de teatros e casas de show por todo o país”, adianta José Renato. Alinhado ao raciocínio exposto acima por Dudu, o empresário planeja uma equipe enxuta para cair na estrada. “Pode variar um pouquinho conforme o local, mas queremos viajar com, no máximo, dez pessoas”, garante.
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