Entrevistas

Ecad conquista prêmio por case sobre plataformas digitais

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Ao longo dos anos, o ECAD vem se atualizando no que se refere aos seus sistemas de arrecadação e distribuição de valores aos chamados titulares de música (compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos) e associações que o compõem. O órgão faz uso, por exemplo, de softwares desenvolvidos em parceria com entidades de referência no mercado, como o CETUC PUC-Rio – que captam, gravam e identificam automaticamente as músicas executadas nas emissoras de rádio e televisão.

Mas as novidades na área tecnológica não param. Por conta disso, o ECAD foi eleito, mais uma vez, uma das 100 empresas brasileiras mais inovadoras em tecnologia da informação, ficando em 1º lugar na categoria “Serviços” e em 38º lugar no ranking geral. “É a 5ª vez que recebemos este reconhecimento da IT Mídia, que concede o prêmio em parceira com a PwC e consultores de mercado, como forma de valorizar as empresas que mais inovam no uso da tecnologia aplicada aos negócios”, afirma José Pires, gerente executivo de Tecnologia da Informação e Planejamento Estratégico do ECAD.

Na edição deste ano do prêmio “As 100+ Inovadoras no Uso de TI”, foram avaliados 185 cases de um universo de 218 organizações que participaram da pesquisa. Estas empresas abrangem 20 setores da economia e 16 estados do país, o que evidencia a representatividade da premiação.

O case premiado do ECAD refere-se ao processo de cobrança e distribuição dos direitos autorais pagos pelas plataformas digitais (Spotify, Vevo, Apple Music etc) por uso de músicas via streaming. “A premiação demonstra o quanto é importante para o ECAD investir em soluções inovadoras de TI. Mais uma vez, o Escritório reafirma seu compromisso com a sociedade e a comunidade musical em utilizar as soluções tecnológicas mais modernas, como forma de aumentar a produtividade e a qualidade nas atividades de arrecadação e distribuição”, afirma Pires, eleito também um dos 100 melhores CIO’s (Chief Information Officer) do Brasil, no prêmio IT Leaders, da ComputerWorld – na lista final, seu nome ficou na 33ª posição.

Na entrevista a seguir, José Pires fala um pouco mais das soluções tecnológicas e equipamentos de alta performance que vem contribuindo para o alcance de sucessivos recordes de arrecadação e distribuição de direitos autorais no Brasil – os valores de 2016 só serão anunciados em março; em 2015, o ECAD distribuiu R$ 771,7 milhões para 155.399 titulares de música.

SUCESSO! – Fale sobre o case referente às plataformas digitais, vencedor do prêmio “As 100+ Inovadoras no Uso de TI”.
JOSÉ PIRES – O case do ECAD refere-se ao processo de cobrança e distribuição dos direitos autorais pagos pelas plataformas digitais pelo uso de músicas via streaming. Devido ao gigantesco volume de dados, o uso da tecnologia foi fundamental para dar mais agilidade e segurança em todo o processo. Para se ter uma ideia, entre junho do ano passado (quando o ECAD começou a distribuir direitos autorais no segmento de Streaming) e setembro foram analisadas quase 19 bilhões de execuções musicais.

Particularmente, o que representa para você ter entrado no Top 100 dos CIO’s (Chief Information Officer)?
Receber este reconhecimento da Computerworld como um dos IT Leaders do Brasil, logo após ficarmos entre as 100 mais inovadoras no uso de TI na premiação da IT Mídia, só legitima a importância do uso da tecnologia para o desenvolvimento do trabalho do ECAD. Através de soluções tecnológicas inovadoras e estratégicas, conseguimos garantir eficiência, produtividade e qualidade para o processo de arrecadação e distribuição da instituição, fortalecendo a nossa atuação no país”.

Fale um pouco mais deste pioneirismo do ECAD no uso de TI para suas tarefas diárias – e parcerias (Tec.CIA Rádio, Audiovisual, Tec.Som etc). Como esses softwares vem revolucionando o trabalho do órgão e beneficiando os autores?
A expertise do trabalho do ECAD é considerada referência mundial, com o desenvolvimento de tecnologias próprias como os modernos softwares da família Ecad.Tec CIA, que fazem a captação, gravação e identificação automática das músicas executadas na programação de emissoras de rádio e televisão. Esses sistemas identificam com máxima precisão o DNA da música, uma espécie de código individualizado (fingerprint) que contém as características da música, como autor, tempo de execução e intérprete. A cada vez que uma música é executada em rádio ou televisão, os softwares cruzam as informações desse código individualizado que estão no banco de dados do ECAD para identificar automaticamente essas execuções musicais. Tanto o CIA Rádio quanto o CIA Audiovisual foram desenvolvidos em parceria com a PUC-Rio, instituição referência em sistemas de alta tecnologia.

Como se dá o processo de cobrança junto às plataformas digitais?
O ECAD recebe os arquivos eletrônicos com as listas das execuções musicais das plataformas digitais e consolida as informações para definir os valores a serem cobrados, de acordo com as execuções musicais em cada plano oferecido, já que a cobrança é baseada no percentual sobre o faturamento dos usuários de música.

E o processo de distribuição desses direitos, como se dá?
Para realizar a distribuição dos valores arrecadados aos titulares, o ECAD faz um matching, realizando o cruzamento das informações enviadas pelas plataformas digitais com seu banco de dados e consequentemente identificando os autores das músicas tocadas. A periodicidade dos repasses é trimestral.

Qual o tamanho da equipe que monitora, cobra e faz a distribuição no segmento digital? Há outras equipes que trabalham segmentos específicos (execução de rádio, shows, música mecânica, música ambiente etc)?
A área de Arrecadação busca conscientizar os usuários de música sobre a importância do pagamento da retribuição autoral. No segmento de streaming, inclusive, realiza as negociações com usuários de música dos mais diversos segmentos e efetua a cobrança dos direitos autorais. Já a área de Distribuição conta com equipes especializadas para realizar a auditoria das informações recebidas e garantir um repasse mais preciso para os titulares de música. Todo o processo de arrecadação e distribuição, em todos os segmentos de utilização musical, conta com o suporte imprescindível da área de Tecnologia da Informação, que traz agilidade, segurança e eficiência aos processos de trabalho, beneficiando diretamente os titulares de música.

Em termos percentuais, quais as plataformas que mais geram receita no streaming?
O ECAD não informa valores pagos pelos usuários de música. As plataformas musicais de streaming adimplentes atualmente são Apple Music, Beats 1, Kboing, Spotify e Vevo.

O ECAD pretende recorrer contra a decisão da Justiça de determinar que o Google pague diretamente às editoras musicais os direitos sobre vídeos exibidos no YouTube, sem nada pagar ao Ecad – exceto no caso de transmissões ao vivo?
Sim, nossa diretoria decidiu que vai recorrer da decisão e que esta segue na contramão dos recentes acordos firmados pelo próprio YouTube pelo mundo, reconhecendo os direitos de execução pública.

O ECAD anunciou que o número de titulares contemplados com o pagamento de direitos autorais aumentou em 2016 justamente por conta das novidades tecnológicas abordadas nesta matéria…
É verdade. No primeiro semestre de 2016, o Escritório bateu um novo recorde, chegando à marca de 183.873 titulares beneficiados. Em 2015, o repasse dos direitos autorais de execução pública tinha alcançado 155.399 compositores, intérpretes, músicos, editoras musicais e gravadoras – isto significa que, somente no primeiro semestre do ano passado, já houve um aumento de 18,3%, com 28.474 titulares a mais do que no exercício anterior. Em parte, este crescimento na quantidade de titulares contemplados ocorreu devido à distribuição – efetivada a partir de junho – dos valores arrecadados das plataformas de streaming.

Na foto: Andrea França, da PWC, responsável pela premiação, entrega o troféu a José Pires, gerente de tecnologia da informação do Ecad

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