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Rael leva seu baile black ao Circo Voador, no Rio

rael 27 out

A cultura de baile tem um valor central na vida de Rael. Desde muito novo, atraído pela música, ele frequentou as festas na Zona Sul de São Paulo. Foi ali que ele teve contato com muitos sons pela primeira vez, mas não apenas isso. Os bailes, segundo o cantor e compositor paulistano, o moldaram como ser humano e, até os dias de hoje, refletem no modo como ele fala, se veste e pensa. “Também foi naquele ambiente que aprendi a respeitar e soube a importância de ser respeitado. Ouvia várias ideias sendo dadas e voltava com elas na cabeça”, o artista se recorda. Agora, partindo da vontade de retomar as festas de cultura black, o artista estreia o Baile do Rael, no Circo Voador, no Rio de Janeiro, no dia 4 de novembro (sexta-feira). Na ocasião, o músico receberá algumas atrações, que ele mantém como “surpresas”.

Diferente de uma apresentação solo, o Baile do Rael proporciona uma nova experiência coletiva, com participações especiais, períodos de pista e também de cantar junto. “Vai ser um mix de festa com DJ e show. Eu vou discotecar, mas também vou fazer um show inédito cantando músicas minhas e de outros artistas”, diz Rael, que complementa: “É um evento em que busco contribuir com a curadoria e compartilhar com as pessoas o melhor do meu universo, que, além da arte, é um estilo de vida que leva bem-estar e auto-estima para as pessoas, assim como a música e a cultura preta fizeram isso por mim”.

O baile começa com o Rael nos toca-discos. Este é o momento em que ele compartilha com o público algumas de suas influências, com pérolas do afroreggae e do afropop, por exemplo. “As pessoas que colam no meu camarim, sempre me perguntam sobre os sons que boto pra tocar ali e falam que eu tinha que fazer uma festa, então essa vai ser a hora de ouvir essas músicas que fazem parte da minha rotina”, explica Rael. Em seguida, acompanhado por uma banda, Rael faz um show no qual mescla faixas da sua carreira com covers de outros artistas, indo de Dominguinhos a Marvin Gaye e de Natiruts a Lauryn Hill. O encerramento fica por conta de um DJ convidado, que trará o próprio olhar sobre a cultura de baile para a ocasião.

Todo Baile do Rael terá um dress code sugerido para o público, instigando a criatividade e reforçando como a moda sai de movimentos como estes. O evento, que tem como propósito reafirmar a importância da cultura negra na formação de identidade e resistência da juventude negra, por isso essa conexão forte com diferentes ações que vão da música a moda, enaltecendo o lifestyle que, acima de tudo, é uma forma de resistência através do fortalecimento da autoestima da população negra. “O baile é quando as pessoas vestem as suas melhores roupas, ninguém quer passar batido e eu sinto falta disso nos rolês. Espero que com esse evento as pessoas consigam compreender os artistas que me influenciaram e que a gente possa mostrar como a música negra nos ajuda a resistir e nos dá força para seguir lutando por uma sociedade mais justa para todos”, pensa Rael. Com um formato pensado para que cada edição seja única, o Baile do Rael estreia no Rio de Janeiro como uma celebração e espaço de trocas e encontros. “Espero que as pessoas saiam do baile levinhos e falando ‘quando é a próxima? Quero colar…’”, ele finaliza.

 

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