Anderson Freire acumula muitas conquistas em sua carreira. Como compositor, são mais de 1.500 canções escritas, algumas delas para nomes consagrados do gospel. Como cantor, são três discos lançados (“Identidade” – 2010, “Raridade” – 2013 e “Anderson Freire & Amigos” – 2014), um DVD ao vivo (“Essência” – 2015) e indicações a vários prêmios, como o Latin GRAMMY (2013/2014/2015), o “Troféu Imprensa/Internet” (em 2013, quando ganhou na categoria “Melhor Cantor”) e “Troféu Promessas” (foi eleito o melhor intérprete de 2013). E não para por aí. Anderson está entre os artistas brasileiros mais visualizados no YouTube, com 1 bilhão de views entre abril de 2015 e abril deste ano. Ou seja, sucesso é o que não falta para este capixaba que desde pequeno dedica-se à música evangélica.
Antes de se tornar cantor de sucesso, Anderson Freire consagrou-se como compositor. Já são mais de doze anos escrevendo músicas. “De seis anos para cá, comecei a focar na minha carreira de cantor. Então, agora escrevo menos, mas ainda componho para amigos como Aline Barros, Fernanda Brum, Bruna Karla e Gisele Nascimento. Em paralelo, tenho uma equipe que cuida dos pedidos das pessoas, conhecidas ou não, que querem gravar músicas minhas”, comenta, destacando que tais demandas ajudam bastante na divulgação de seu trabalho.
Sua carreira nos palcos começou em 2010, com o lançamento do disco “Identidade”. Mas foi somente com o álbum “Raridade”, em 2013, que ele atingiu o topo do sucesso. “Escrevi a música-título durante uma visita a um presídio feminino. Quando cheguei lá, algumas detentas estavam cantando músicas minhas, e, quando me viram, pediram uma oração. Ao final, escrevi a canção e lá mesmo a cantei pela primeira vez”, revela.
No ano de 2014, “Raridade” foi a música gospel mais tocada nas rádios, de acordo com a Crowley. Mas não foi só entre os fiéis que ela alcançou êxito. O craque Neymar ajudou a promovê-la ao pedir que ela fosse mostrada no programa Fantástico (Globo) – como prêmio por ter feito quatro gols num jogo contra o Japão. “Depois disso, minha carreira deslanchou”, diz. Só no YouTube, “Raridade” registra mais de 340 milhões de views.
Agora, após a divulgação de seu primeiro DVD ao vivo, “Essência”, Anderson inicia mais uma etapa. Nos próximos meses, lançará o CD “Deus Não Te Rejeita”. O projeto, em fase de finalização, contará com 15 faixas inéditas, todas de sua autoria.
MAIOR QUE A MPB
De acordo com o relatório da ABPD de 2015, a venda de discos de artistas evangélicos mantem-se em alta – equivale a 30% da arrecadação total do mercado fonográfico. Percentual relativamente alto, considerando que estamos vivendo na era do streaming. Para se ter uma ideia, somente a MK Music, gravadora de nomes como Anderson Freire, Bruna Karla e Aline Barros, vende cerca de dois milhões de unidades de CDs e DVDs por ano. “Nas igrejas, ensinamos que não se deve baixar músicas de forma ilegal. Então os fiéis, por respeito, compram nosso disco. Claro que também estamos apostando no streaming e outras plataformas digitais, mas para nós o produto físico ainda é super importante”, explica Anderson Freire.
Atualmente, o Brasil é um dos países com maior número de evangélicos. Ou seja, se continuar assim, as vendas de produtos gospel tendem a aumentar a cada ano. “Nossa música mudou bastante. Hoje temos pregadores que cantam sertanejo, rock, pop, forró… É por isso que passamos a tocar também nas rádios seculares. Sem contar que o mundo está carente de amor. Temos o dever de passar mensagens positivas, porque todo mundo quer ouvir coisas boas”, explica o cantor, que faz mensalmente cerca de dez shows com sua banda e 12 apresentações/pregações em igrejas. “Recebo cerca de 200 e-mails e 150 ligações por dia de igrejas querendo minha pregação. Infelizmente, não consigo atender a todo mundo”, lamenta.
Neste ano, Anderson Freire concorre de novo ao “Troféu Imprensa/Internet” (SBT), na categoria “Melhor Cantor”, ao lado de nomes da música secular como Roberto Carlos, Lucas Lucco, Luan Santana, Pablo, Sam Alves, Daniel, Eduardo Costa e Gusttavo Lima. “É só mais uma prova de que a música gospel está quebrando barreiras”, finaliza.